O trabalho surge a partir da convivência em grupo, sendo um meio civilizatório.
O
processo de trabalho em saúde, segundo Peduzzi, “é um processo de transformação
no qual o agente, através de suas ações, faz a finalidade social do próprio trabalho
realizar-se.” Essas ações precisará de alguém e de um modelo tecnológico para que se faça projetos de âmbito individuais e coletivos. Sendo assim, para que seja
efetivo é necessário o envolvimento de diferentes profissionais que irão se
complementar em suas atividades, ou seja, é necessário a integração e a
articulação da equipe de saúde, sem haver justaposição.
Assim
como Peduzzi, Merhy, irá elucidar o processo de trabalho em saúde, separando em
três tipos de valises. A primeira valise, refere-se as “tecnologias duras”, que
está relacionada aos equipamentos do médico, a segunda as “tecnologias
leve-duras” relacionada com os saberes clínicos e epidemiológicos e a terceira
valise são as “tecnologias leves” que se relaciona com a relação entre os
sujeitos.
Ao
fazer um paralelo entre as valises e a realidade do Sistema de Saúde em nossa
sociedade, percebemos que no que tange a primeira valise, notadamente, há um
falta de materiais e equipamentos nas UBS’s, prejudicando o atendimento do
paciente que chega para a consulta; consulta a qual o paciente demorou meses
para conseguir agendar e se programou para estar ali. Já na segunda valise,
relacionada aos saberes clínicos e epidemiológicos, estará fortemente
relacionada a terceira valise, visto se o médico não tem o saber, não só o clínico, mas também o de se comunicar se fazendo entendido, não conseguirá passar a informação para o paciente e fazer o diagnóstico e tratamento adequado, afetando também a relação entre o médico-paciente
Além
disso, as valises “leve-dura” e “leve” também estão fortemente relacionadas
devido à importância do médico com os outros componentes da equipe de saúde,
visto eles colaborarem com informações do paciente e de toda a área que abrange
a unidade, sendo importante essa comunicação para o sucesso da equipe.
Entretanto, a alta rotatividade dos médico nas Unidades de Saúde acarretam em
problemas nessa comunicação e integração, pois quando começa a existir o
vínculo entre médico-paciente ou médico-equipe, ele é transferido e todo o
trabalho feito tem que ser recomeçado.
Referências:
PEDUZZI, M. Mudanças tecnológicas
e seu impacto no processo de trabalho em saúde. Trabalho, Educação e Saúde,1 (1):75-91, 2002
MERHY, Emerson Elias. Um ensaio sobre o médico e suas
valises tecnológicas: contribuições para compreender as reestruturações
produtivas do setor saúde. Interface-comunicação,
saúde, educação, v. 4, n. 6, p. 109-116, 2000.
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