O conceito de qualidade aplicado à saúde refere-se a um conjunto de atributos desejáveis. Avedis Donabedian (1990) propõe sete atributos, por ele chamados de pilares da qualidade:
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- Eficácia;
- Efetividade;
- Eficiência;
- Otimização;
- Aceitabilidade;
- Legitimidade;
- Equidade.
Este contexto envolve a estrutura (condições físicas, humanas e organizacionais ao autocuidado), o processo (interrelação entre prestador e receptor do cuidado) e o resultado (produto final da assistência, satisfação dos padrões e das expectativas).
Desses atributos, três são mais relevantes para o controle de qualidade em saúde:
eficácia, efetividade e eficiência.
A eficácia em saúde diz respeito ao resultado do cuidado, obtido na melhor situação possível. É medida pelo benefício produzido por sua aplicação, sob condições ideais, aos problemas de
indivíduos de uma população (Panerai & Mohr, 1989). Sua avaliação dá-se
através de estudos clínicos controlados. E, na consideração de estratégias
alternativas de cuidados à saúde, o limite máximo de benefício,
na atenção a um certo problema, corresponde àquele atingido pela
estratégia mais eficaz. O conhecimento da eficácia de uma tecnologia em saúde diz respeito,
portanto, à melhoria possível sobre um problema específico de
saúde, em uma população definida, à luz do conhecimento existente.
A
melhoria observada no estado de saúde de uma população pela aplicação
de uma tecnologia a um problema de saúde, em condições reais,
corresponde ao conceito de efetividade (Panerai & Mohr, 1989). Ou seja, a efetividade é o resultado do cuidado obtido na situação real. Além disso, é um atributo de maior interesse na avaliação da provisão diária
de cuidados de saúde, servindo a eficácia como um parâmetro para consideração
do quanto os resultados observados se distanciam dos resultados
idealmente esperados. No entanto, deve-se ter atenção quando uma certa alternativa, menos eficaz que outra, está associada a uma efetividade maior em
um certo contexto. Ela será, assim, a mais indicada.
Eficiência inclui o conceito de custo e é uma medida que contrapõe recursos utilizados e resultados
obtidos, no uso de uma tecnologia ou serviço de saúde. A eficiência,
é dada por análises de custo-benefício, custo-efetividade e custo-utilidade,
definidas no âmbito da avaliação econômica, através da comparação
de duas alternativas tecnológicas empregadas na solução ou
na redução de um problema de saúde, em uma população (Drummond
et aI., 1997). A análise de custo-efetividade considera custos em unidade monetária e benefícios em termos de medidas de efetividade e de indicadores de
resultado.
Incluem-se, ainda, a aceitabilidade no sentindo do quanto os cuidados adaptam-se aos desejos, expectativas e valores; a legitimidade relacionada ao que é aceito pela sociedade ou comunidade; a otimização do cuidado relativo ao custo do ponto de vista do paciente; e a equidade ligada ao que é justo ou razoável na distribuição dos cuidados e de seus benefícios.
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REFERÊNCIA:
PORTELA, M.C. Avaliação da qualidade em saúde. In: ROZENFELD, S., org. Fundamentos da Vigilância Sanitária [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2000, pp. 259-269. ISBN 978-85- 7541-325-8. Available from SciELO Books.
PORTELA, M.C. Avaliação da qualidade em saúde. In: ROZENFELD, S., org. Fundamentos da Vigilância Sanitária [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2000, pp. 259-269. ISBN 978-85- 7541-325-8. Available from SciELO Books.
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